Descobri em mim o vício da sonsice deliberada, da aldrabice incessante e do fingimento por vocação. Sou uma hipócrita convicta! Este vício é a minha homenagem à perfeição, ao belo e à virtude. Contribuo com a minha libertinagem para uma virtude maior, entrego-me a este suplicio para que o belo triunfe.
E essa virtude não resiste sem o meu vício e, por outro lado, para que serve o vício num mundo impuro? O equilíbrio carece de ambos: vicio e virtude.
E qual de vós não confessa ser tão hipócrita quanto eu?
Quem não se rende aos seus instintos mais básicos para aliciar e encantar o outro, quem não tem gozo em ser quem não é, nem que seja por instantes? Quem não se delicia com o seu disfarce?
À parte o tigre, quero revelar o meu maior temor: deixar de ser hipócrita! Deixar de viver nesse mundo do faz de conta! Afinal para que interessa quem verdadeiramente sou?
Djamilla Delacth
31 julho, 2007
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